domingo, 24 de maio de 2015

Álvaro de Campos - Depus a máscara...

Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor, Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
(Álvaro de Campos)
18-8-1934
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
  - 61.

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