quinta-feira, 3 de março de 2011

E o problema da comunicação era o de perto...

CRÔNICAS DE SOLIDÃO IX - Paulinho da Viola Revisitado





"– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!" (Paulinho da Viola)



Sinto você tão perto
sinto você tão longe

Não sei o som do seu “sim”,
do seu “nao”, do seu “sei’” do seu “entendo”,
do seu “gostei”
do seu “riso”


Não sei a cara da sua saudade
nem a do seu “euteamo”

às vezes rejeito o seu “:)” - inalcançável

o “;)” pode ser uma ironia?
Não vejo seu rosto...


Pior: vejo sua imagem num quadradinho pequeno
uma janela sem vidro
- sempre a mesma expressão...
(e se esse seu sorriso digital aparecer num dia pálido?)


assim ficamos fragmento
assim ficamos no “até mais”

“a gente se fala a gente se vê”


O que faz dessa realidade de pixels e teclas
- sem gosto, sem cheiro, sem pele -
algo tão fácil
tão pouco íntimo
e tão atropelado?

tudo é rápido
tudo interrompe
e os nossos sinais - que antes interrompiam o Tempo
agora

caem...


“Você não está conectado à internet
Você não está conectado à internet
(Ativar AirPort...)
Você não está conectado à internet
(Ativar AirPort...)
A conexão a internet parece estar desativada.

diagnóstico de rede...

eles caem,

ELES CAEM

na

solidão.

status, away...

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