domingo, 12 de abril de 2015

Aquela mulher tinha, diante de si, uma longa viagem a ser feita. Ela precisava retornar ao momento em que permitiu que o homem recém-chegado tomasse posse de sua vida. Precisava voltar para ela mesma;redescobrir as estradas que a reconduziriam à sua subjetividade e nela reaprender a viver.Ela foi vítima de um sequestrador.Foi vítima de um roubo cruel.Não,não foi um roubo material, mas um roubo mais profundo.O sequestrador chegou no momento em que sua vida estava frágil. Descobriu nela uma vítima fácil.Agiu de forma violenta. No princípio, uma violência velada; depois, a violência declarada, gritada para quem quisesse ouvir.A mulher submeteu-se ao tratamento cruel; assumiu a condição de vítima.A violência foi tão profunda que ele ainda mantinha sua vítima acorrentada.Este é um caso clássico de sequestro da subjetividade; esta espécie de roubo da alma; este absurdo que costuma morar ao nosso lado, ou dentro de nós.

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