Que o amor seja sem hipocrisia,
sem faz de conta;
Detestai o mal e
tem misericórdia do agente do mal;
Não julgueis sob pena de ser
também perverso e detestável…
No zelo, não sejais remissos,
preguiçosos, indolentes,
postergadores, "mornos"
"mais ou menos", "meio barro"...
Vence o mal com o bem.
(Caio Fabio -
comentário sobre Romanos, 12)
domingo, 31 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Milton Nascimento
Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol...
Milton Nascimento
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Desapegar: remover
da sua vida tudo
que torne o seu
coração mais pesado.
Loucos são os que
mantêm relacionamentos
ruins por medo da solidão.
Qual é o problema
de ficar sozinho?
Que me desculpe
o criador da frase:
"Você deve encontrar
a metade da sua laranja".
Calma lá, amigo.
Eu nem gosto de laranja.
O amor vem pros distraídos.
Isabela Freitas
da sua vida tudo
que torne o seu
coração mais pesado.
Loucos são os que
mantêm relacionamentos
ruins por medo da solidão.
Qual é o problema
de ficar sozinho?
Que me desculpe
o criador da frase:
"Você deve encontrar
a metade da sua laranja".
Calma lá, amigo.
Eu nem gosto de laranja.
O amor vem pros distraídos.
Isabela Freitas
domingo, 24 de maio de 2015
Estação de maio - Adélia Prado
A salvação opera nos abismos.
Na estação indescritível,
o gênio mau da noite me forçava
com saudade e desgosto pelo mundo.
A relva estremecia
mas não era pra mim,
nem os pássaros da tarde.
Cães, crianças, ladridos,
despossuíam-me.
Então rezei: salva-me, Mãe de Deus,
antes do tentador com seus enganos.
A senhora está perdida?
Disse o menino,
é por aqui.
Voltei-me
e reconheci as pedras da manhã.
Adélia Prado
Na estação indescritível,
o gênio mau da noite me forçava
com saudade e desgosto pelo mundo.
A relva estremecia
mas não era pra mim,
nem os pássaros da tarde.
Cães, crianças, ladridos,
despossuíam-me.
Então rezei: salva-me, Mãe de Deus,
antes do tentador com seus enganos.
A senhora está perdida?
Disse o menino,
é por aqui.
Voltei-me
e reconheci as pedras da manhã.
Adélia Prado
Direitos humanos
como sua melhor casa.
sou sua paisagem,
sua retorta alquímica
e para sua alegria
seus dois olhos.
Mas esta letra é minha.
(Adélia Prado, Oráculos de Maio, p.73.)
Álvaro de Campos - Devagar...
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade. Álvaro de Campos
Álvaro de Campos - Depus a máscara...
Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor, Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
(Álvaro de Campos)
18-8-1934
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
- 61.Fernando Pessoa, 6-11-1932
Que
suave é o ar! Como parece
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.
Mas não; ou seja a
selva escura
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.
Fernando
Pessoa, 6-11-1932
Lo que brilla con luz propia
Nadie lo puede apagar
Su brillo puede alcanzar
La oscuridad de otras cosasQuem vai evitar que os ventos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
Espalhem nossos lamentos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
Espalhem nossos lamentos
os ramos que sussurram de eu olhar.
Mas que foi que passou? Ninguém o sabe.
Desperto, e ouço bater o coração —
Aquele coração em que não cabe
O que fica da perda da ilusão.
sábado, 23 de maio de 2015
Martha Medeiros - Amor em estado bruto - fragmentos
"O amor, na essência,necessita de apenas três aditivos: correspondência, desejo físico e felicidade. Se alguém retribui seu sentimento,se o sexo é vigoroso e se ambos se sentem felizes na companhia um do outro, nada mais deveria importar.Por nada, entenda-se: não deveria importar se outro sente atração por outras pessoas, se outro gosta de fazer algumas coisas sozinho, se o outro tem preferências diferentes das suas, se o outro é mais moço ou mais velho,bonito ou feio,se vive em outro país ou no mesmo apartamento e quantas vezes telefona por dia.Tempo,pensamento,fantasia,libido e energia são solteiros e morrerão solteiros, mesmo contra nossa vontade. Não podemos lutar contra a independência das coisas.Aliança de ouro e demais rituais de matrimônio não nos casam.O amor é e sempre será autônomo." Martha Medeiros
Martha Medeiros - Trem-Bala - fragmentos
Existe, sim, uma maneira de dar alívio imediato para as agruras da nossa
sacrossanta rotina. Anote aí a palavra mágica: humor. (...)não acredite em tudo o
que ouve. Nem em tudo o que diz. Suspenda a descrença quando quiser
prazer. Não subestime os outros, nem os idolatre demais. Seja educada,
mas não certinha. Faça coisas que nunca imaginou antes. Não minta, nem
conte toda a verdade. Dance sozinha quando ninguém estiver olhando.
Divirta-se enquanto seu lobo não vem. Martha Medeiros
sacrossanta rotina. Anote aí a palavra mágica: humor. (...)não acredite em tudo o
que ouve. Nem em tudo o que diz. Suspenda a descrença quando quiser
prazer. Não subestime os outros, nem os idolatre demais. Seja educada,
mas não certinha. Faça coisas que nunca imaginou antes. Não minta, nem
conte toda a verdade. Dance sozinha quando ninguém estiver olhando.
Divirta-se enquanto seu lobo não vem. Martha Medeiros
Clarice Lispector - A Paixão Segundo G.H. - fragmento
No entanto se deveria dizer assim: ela está muito feliz porque finalmente foi desiludida. O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Afagos de Internet
A vida é boa me diz o pai
A mãe me ensina que ela é bela
O mal não faço eu quero o bem
Na minha casa não entra a solidão
A mãe me ensina que ela é bela
O mal não faço eu quero o bem
Na minha casa não entra a solidão
Todo o amor será comunhão
A alegria de pão e o vinho
Você bem pode me dar a mão
Você bem pode me dar carinho
A alegria de pão e o vinho
Você bem pode me dar a mão
Você bem pode me dar carinho
A vida é boa te digo eu
A mãe ensina que ela é sábia
O mal não faço, eu quero o bem
A nossa casa reflete comunhão (Comunhão, Milton Nascimento)
A mãe ensina que ela é sábia
O mal não faço, eu quero o bem
A nossa casa reflete comunhão (Comunhão, Milton Nascimento)
terça-feira, 19 de maio de 2015
Pessoas são semelhantes aos rios,vivendo um
processo de poluição;passa um joga um lixo, uma garrafa.O que jogaram e que
você não retirou das águas? Se a gente não faz uma triagem das coisas, nós
vamos nos transformando num rio poluído. O que falta em nós é justamente essa determinação,
de tirar logo as coisas que estão nos incomodando. Fábio de Melo
Martha Medeiros - Quanto vale um sim - trecho
O segredo: cada não que eu recebi na vida entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Não os colecionei. Não foram sobrevalorizados.Esperei, sem pressa, a hora do sim. O não é tão freqüente que chega a ser banal. O não é inútil, serve só para fragilizar nossa auto-estima. Já o sim é transformador.O sim muda a sua vida. Sim, aceito casar com você. Sim, você foi selecionado. Sim, vamos patrocinar sua peça.Quando não há o que detenha você, as coisas começam a acontecer, sim. Martha Medeiros
Millôr - frases
Nesta época de semântica desvairada, já não se chamam mais de corruptos. São apenas pessoas movidas pela ideologia da propina. Millôr
Diz o Dr J. que o segundo casamento é o triunfo da esperança sobre a experiência. É por
isso que eu não tenho medo de separação (ainda há esperança e já sobra experiência).
O divórcio é muito importante porque permite a pessoa se casar uma primeira vez
por interesse e, com o dinheiro desse primeiro casamento, casar de novo por
amor. Já quem se casa por amor a primeira vez e perdeu tudo que tinha,
adquiriu, nesse primeiro casamento, suficiente experiência pra ter mais juízo
no segundo. Prático, no, mamita? Millôr
Os olhos acreditam no que veem. Os ouvidos acreditam no que as outras pessoas viram. Millôr
.........................................
domingo, 17 de maio de 2015
Martha Medeiros - Quando um não quer - fragmentos
Comum acordo, só na hora de se aproximar. O casal se estuda, se procura,
se encontra e o primeiro beijo vem com garantia de reciprocidade. Daí em
diante é festa. Até que ambos, em silêncio, começam a avaliar o
relacionamento. Os lábios ainda se tocam, mas os cérebros mal se
cumprimentam. Cada um analisa o que está acontecendo sob um prisma
absolutamente particular, até que um deles solta o verbo e se despede.
Sobra aquele que ficou quieto.
Não existe separação sincronizada, e essa talvez seja a grande dor do
adeus. Quem é dispensado carrega a mágoa de não ter sido consultado, de
não ter tido a delicadeza de um aviso prévio, e pior, de ver-se frente a
frente com um destino que lhe foi imposto. Mesmo não havendo mais amor,
o orgulho fica sempre machucado.
Fim de caso é dor dividida: os dois lados sofrem com a saudade e a
frustração. Mas o dono das rédeas, o que teve a coragem de deter a
carruagem no meio do caminho, esse tem sua dor diluída na força que lhe
foi conferida pela decisão. A combinação é cada um ir para o seu lado,
mas apenas um consegue partir. O outro fica ali, parado, procurando
entender a imensa distância que as palavras podem provocar.
Solução? Faro fino e rapidez. O cara diz: preciso falar com você, e você
responde: sem problema, pode ficar com as crianças nas quartas e sábados.
Ele diz: tenho o maior carinho por você, mas... e você emenda: eu
entendo, eu também me apaixonei por outra pessoa. Isso é que é diálogo
de primeiro mundo, não aquele duelo de gaguejo, acusações e histerismo.
Já sabe: se hoje à noite ele vier com um papo tipo: olha, eu queria...
nem deixe o safado continuar. Encerre você o assunto: pode ficar com os
discos do Piazzolla, mas o microondas é meu. Prevenção nunca é demais.
Talvez ele queira apenas convidá-la para jantar, mas vá saber.
Não existe separação sincronizada, e essa talvez seja a grande dor do
adeus. Quem é dispensado carrega a mágoa de não ter sido consultado, de
não ter tido a delicadeza de um aviso prévio, e pior, de ver-se frente a
frente com um destino que lhe foi imposto. Mesmo não havendo mais amor,
o orgulho fica sempre machucado.Solução? Faro fino e rapidez. Já sabe:
se hoje à noite ele vier com um papo tipo: olha, eu queria...nem deixe o safado continuar. Encerre você o assunto. Prevenção nunca é demais.Talvez ele queira apenas convidá-la para jantar, mas vá saber. Martha Medeiros
se encontra e o primeiro beijo vem com garantia de reciprocidade. Daí em
diante é festa. Até que ambos, em silêncio, começam a avaliar o
relacionamento. Os lábios ainda se tocam, mas os cérebros mal se
cumprimentam. Cada um analisa o que está acontecendo sob um prisma
absolutamente particular, até que um deles solta o verbo e se despede.
Sobra aquele que ficou quieto.
Não existe separação sincronizada, e essa talvez seja a grande dor do
adeus. Quem é dispensado carrega a mágoa de não ter sido consultado, de
não ter tido a delicadeza de um aviso prévio, e pior, de ver-se frente a
frente com um destino que lhe foi imposto. Mesmo não havendo mais amor,
o orgulho fica sempre machucado.
Fim de caso é dor dividida: os dois lados sofrem com a saudade e a
frustração. Mas o dono das rédeas, o que teve a coragem de deter a
carruagem no meio do caminho, esse tem sua dor diluída na força que lhe
foi conferida pela decisão. A combinação é cada um ir para o seu lado,
mas apenas um consegue partir. O outro fica ali, parado, procurando
entender a imensa distância que as palavras podem provocar.
Solução? Faro fino e rapidez. O cara diz: preciso falar com você, e você
responde: sem problema, pode ficar com as crianças nas quartas e sábados.
Ele diz: tenho o maior carinho por você, mas... e você emenda: eu
entendo, eu também me apaixonei por outra pessoa. Isso é que é diálogo
de primeiro mundo, não aquele duelo de gaguejo, acusações e histerismo.
Já sabe: se hoje à noite ele vier com um papo tipo: olha, eu queria...
nem deixe o safado continuar. Encerre você o assunto: pode ficar com os
discos do Piazzolla, mas o microondas é meu. Prevenção nunca é demais.
Talvez ele queira apenas convidá-la para jantar, mas vá saber.
Não existe separação sincronizada, e essa talvez seja a grande dor do
adeus. Quem é dispensado carrega a mágoa de não ter sido consultado, de
não ter tido a delicadeza de um aviso prévio, e pior, de ver-se frente a
frente com um destino que lhe foi imposto. Mesmo não havendo mais amor,
o orgulho fica sempre machucado.Solução? Faro fino e rapidez. Já sabe:
se hoje à noite ele vier com um papo tipo: olha, eu queria...nem deixe o safado continuar. Encerre você o assunto. Prevenção nunca é demais.Talvez ele queira apenas convidá-la para jantar, mas vá saber. Martha Medeiros
“Em vez de me obter com a fuga, vejo-me desamparada, jogada num cubículo sem dimensões, onde a luz e a sombra são fantasmas inquietos. No meu interior encontro o silêncio procurado. Mas dele fico tão perdida de qualquer lembrança de algum ser humano e de mim mesma, que transformo essa impressão em certeza de solidão física. Se desse um grito – imagino já sem lucidez – minha voz receberia o eco igual e indiferente das paredes da terra. Sem viver coisas eu não encontrei a vida, pois? Mas, mesmo assim na solitude branca e limitada onde caio, ainda estou presa entre montanhas fechadas. (...) Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.” (Clarice Lispector,Perto do Coração Selvagem)
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Fábio de Melo
Iniciamos amores que nos encaminham aos crimes da subjetividade, ao desrespeito da alteridade. [Perdemos nossa pertença] Fábio de Melo
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Martha Medeiros
Por que ficamos tão enlouquecidos com a desinformação? Por que estamos sempre achando que vamos ser deixados de uma hora pra outra? Por que acreditamos tão pouco em contratempos e ficamos a imaginar o pior? Simples: porque estamos apaixonados. Acontece com as melhores cabeças." Martha Medeiros
Martha Medeiros - trecho
O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma
de
sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da
onipotência. O
amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta. (Martha
Medeiros)
segunda-feira, 11 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
Neruda - Soneto XVII, trecho (para Mariana, minha filha)
“Te amo sem saber como nem quando nem onde. Simplesmente sem
complicações ou orgulho. Te amo tão profundamente
que tua mão no meu peito é a minha e que, quando fecho os olhos, contigo eu
sonho” (Pablo Neruda, soneto XVII, tradução livre)
sábado, 9 de maio de 2015
Fábio de Melo - Quem me roubou de mim? (Fragmento)
"A vida tem me ensinado. Em nome do amor cometemos crimes hediondos.Em nome do amor aprisionamos,condicionamos,despersonalizamos. Esses crimes nem sempre são noticiados.Nunca vimos alguém ser condenado como criminoso por ter mantido uma pessoa nos cativeiros do seu egoísmo.Não há registro de pedido de indenização,ainda que simbólica,pela vida desperdiçada em torno de uma amor que nunca foi amor.É assim mesmo.A não reflexão sobre a atitude criminosa funciona como delicada base de verniz que aplicamos para nos proteger de nossa covardia. Ledo engano. O silêncio do crime não nos exime da sentença. Mais cedo ou mais tarde ela nos será entregue. Chega-nos pelos braços do tempo, quando este, sem nenhuma piedade, deposita sobre nossa alma a desconcertante conclusão de que o vivido não valeu a pena."Fábio de Melo.
Até hoje sou desigual. Mas quando eles (os livros) me olham daquele jeitinho faceiro e sedutor eu agarro. E beijo com os olhos.
Jamais percam a chance de ler (só vai aqui um aviso: José de Alencar provoca enjoos e gastrite, tomem café da manhã leve).
Acreditem: a cura da alma, muitas vezes, se faz por meio das palavras. Até porque a leitura é ato sagrado, é liturgia.
Rosane Gomes
Soli Deo Gloria
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Esse cara aí se chama Orlando Schornbaum. Ele é "meu amor em estado bruto, 100% puro." Cristalino. É amigo, irmão, companheiro de conversas, sofrimentos, alegrias, piadas, gargalhadas, choros, discussões. Amor em cuja intimidade cabem "peraí que eu vou ao banheiro", "vai catar coquinho na serra", "calaabocadeixaeufalar", "pera que eu vou pegar café", "pera que eu não posso agora", "táchatohojehein?", "táchatahojehein?" "Nãofalomaiscontigotchau" e outras coisas mais. Então é amor.Não somos namorados. Eu amo. Ele ama.Ponto. Amores-casamento-na-igreja não deveriam ser lavrados em cartório – na maior parte das vezes é uma canseira...Tem de desfazer tudo. Amores-amigos, sim. Uma vez amigo lavrado em alma, não se desfaz – vai pra vida inteira, nunca ficamos inseguros.Tantas vezes discutimos, tantas vezes rimos. Sem chance de separação. Se um gritar SOS o outro vai - voando, mesmo danado da vida. Desafio quem "leve a mal" esse amor. Duvido.Mas, infelizmente, há os que não acreditem em amor-amizade, amor-amor. Ê, bobagem...
a vida dá uma canseira na gente. não temos inimigos, mas são muitos os nossos adversários: o tempo, a idade, a concorrência, as regras rígidas e um juiz que nem sempre vai com a nossa cara. não se pode ter tudo, não se pode vencer sempre, é o que nos dizem. mas isso só deve servir de consolo depois que a partida termina. enquanto estiver em andamento, pode-se até levar uma surra, mas fica proibido perder pra si mesmo.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Millôr
Vocês não sabem como é divertido o absoluto ceticismo. Pode-se brincar com a hipocrisia alheia como quem brinca com a roleta russa com a certeza de que a arma está descarregada. Millôr
terça-feira, 5 de maio de 2015
Por uma indecisão, alguém deixa de viver um grande amor.Foi por pouco.Ter quase conseguido pode ser quase desanimador.O quase é maquiavélico, mas ajuda a gente a não se resignar.O destino da gente pode ser mudado por um quase (...) Todos dizem que a felicidade é custosa, mas a gente pode ser feliz por um triz. Martha Medeiros
Estamos sempre de olho na outra margem do rio, no que existe do lado de lá. E é desta sensação de incompletude — não podemos estar nos dois lados ao mesmo tempo — que surge tudo o que existe. (…) Estamos sempre na iminência de. Tentados a. Seduzidos por .Você está à beira de quê? Sabe, sim. Só não quer contar. Martha Medeiros.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Martha Medeiros
Gosto, isso sim, de prazeres esperados, conquistados, desejados.Se alguém quer me dar um anel de brilhantes, que não esconda embaixo do meu travesseiro ou dentro do pastel que estou comendo: coloque logo no meu dedo e diga que me ama, está ótimo assim. Se alguém quer me visitar, telefone marcando. Se quer me comprar uma saia, descubra antes em que estado estão minhas pernas. Estudem-me. Surpreendam-me acertando. Martha Medeiros
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